Dakar – 9ª etapa: Hélder já é sexto

 Uma curta ligação e uma especial de 422 km, levaram a caravana do Dakar de Calama para Iquique, no Chile, naquele que será o seu bivouac mais a norte. A partir daqui, a prova desce para Valparaíso, ao longo do território chileno, acompanhadas de perto pelo Oceano Pacífico que os concorrentes viram hoje pela primeira vez em Iquique, após uma descida a pique nos últimos 3 km, com um desnível de 30%.

Foi também o primeiro contacto do ano com as dunas do deserto do Atacama, ao longo de 150 km, numa tirada que teve como vencedor Marc Coma, deixando Joan Barreda a 1m41s. Mas o piloto da Honda viria a receber uma penalização de 15 minutos, o que o deixa mais longe da luta pela vitória com o seu compatriota da KTM, pois mantém o 2º posto, mas já a 55 minutos de Coma.

Cyril Després continua ao ataque e foi o terceiro mais rápido no terreno, seguido de Pedrero, Svitko e Hélder Rodrigues. O piloto português ganhou hoje duas posições na classificação geral, subindo para o 6º posto, pois superou o polaco “Kuba” Przygonski e beneficiou ainda do abandono de Alain Duclos, o piloto da Sherco que estava a fazer um dos seus melhores Dakar de sempre. “Foi uma boa etapa”, declarou Hélder Rodrigues. “Estive sempre sozinho. Tive de decidir tudo sozinho. Fiz uma boa navegação e estou satisfeito por ter terminado bem.”

Mas, nesta faixa da geral, tudo está em aberto, pois entre o terceiro, que é Jordi Viladoms, e Cyril Després, que é oitavo, existe apenas pouco mais de meia hora de distância. Nota ainda para mais uma grande prestação da espanhola Laia Sanz, que hoje obteve o 9º tempo da etapa (acabaria por se tornar no 7º lugar com as penalizações de Barreda e Viladoms), e é 16ª da geral.

Quanto aos portugueses, mantiveram uma toada consistente. Mário Patrão foi 25º, Pedro Oliveira 37º, Bianchi Prata 40º e Victor Oliveira 50º.
Mário Patrão considerou na chegada a Iquique que esta “estava a ser uma etapa muito interessante, consegui navegar muito tempo sozinho e com bons resultados. No entanto, já na fase final falhei uma nota que me fez baixar alguns lugares. Ainda assim, estou a recuperar significativamente e espero assim continuar até ao final deste Dakar. A minha moto continua a portar-se muito bem face às máquinas oficiais dos meus adversários, as diferenças são muito grandes, mas a motivação é ainda maior”.

Quanto a Pedro Bianchi Prata, considerou a tirada de hoje “muito exigente, com bastante quilómetros e pisos completamente distintos. Com a fase final em areia tinhamos que ter especial atenção aos consumos, mas correu tudo bem. Voltei a ser regular, a pensar apenas na minha prova, sem me preocupar muito com os outros pilotos. A descida final foi como sempre impressionante, é um dos momentos altos da prova quando descemos até Iquique e sentimos a frescura do Pacífico. Um momento único. Agora começamos a descer rumo ao sul do Chile, sempre junto ao Pacifico. Não será naturalmente fácil porque temos ainda o Atacama para enfrentar, mas é solo que já conhecemos e certamente não vou ter problemas com a altitude. Sofri muito nos dois dias da Bolívia, e tive mesmo de ser assistido pelos médicos devido à elevada altitude. Mas estou a recuperar fisicamente e sinto que posso andar melhor daqui para a frente.”

Amanhã, a 10ª etapa ligará Iquiquea Antofagasta, após uma ligação de 58 km e uma longa especial de 631 km.


Geral – após 9ª etapa

1º Marc Coma (KTM), 36h55m07s
2º Joan Barreda (Honda), a 55m36s
3º Jordi Viladoms (KTM), a 1h54m02s
4º Jeremias Israel (Speedbrain), a 2h07m23s
5º Olivier Pain (Yamaha), a 2h16m27s
6º Hélder Rodrigues (Honda), a 2h24m42s
7º Jakub Przygonski (KTM), a 2h25m33s
8º Cyril Després (Yamaha), a 2h30m13s
9º Daniel Gouet (Honda), a 2h57m59s
10º David Casteu (KTM), a 3h23m23s
24º Pedro Oliveira (Speedbrain), a 7h45m13s
27º Pedro Bianchi Prata (Husqvarna), a 8h11m29s
32º Mário Patrão (Suzuki), a 9h01m39s
67º Victor Oliveira (Husqvarna), a 23h40m39s