Sharon Antonaros - Dunlop

O director de “marketing” para a área moto da Goodyear Dunlop partilhou connosco a sua perceção do mercado e como a marca se pretende posicionar para o futuro.

M – O Dunlop RoadSmart I é ainda um pneu muito bom. Quais a razões que conduziram ao lançamento do RoadSmart II?

SA – Quisémos forçar um pouco mais a nossa máxima “Ride with confidence” (ndr - guie com confiança) e focámos em novos em parâmetros como o desempenho em seco, molhado e o conforto, que não estavam tão presentes na primeira versão. Esta foi a principal razão que conduziu ao RoadSmart II, para além de que a concorrência – Pirelli, Michelin e Bridgestone - se actualizou desde 2007, altura em que lançámos este pneu.

M – É impressionante a abrangência de modelos que anunciam ser adequados a este pneu, desde as “customs” até às motos mais desportivas. Tamanha ambição transforma o RoadSmart II no cavalo de batalha da Dunlop no que se refere à gama de pneus para motociclos?

SA – Se repararmos na distribuição das nossas vendas actuais verificamos existirem três áreas onde os números são mais substanciais: a gama Harley-Davidson, como equipamento original, o Sportmax, para o segmentos das hiper desportivas e motos de elevadas prestações, e o RoadSmart. Achamos que com a segunda geração do RoadSmart vamos ganhar ainda mais cota de mercado pois agora logramos cobrir o segmento das trail com as medidas que apresentámos.

M – Beneficiando da tendência cada vez mais estradista das trail e maxi-trail...

SA – Exactamente! No ano passado lançámos o Trailmax TR 91 que é um pneu puramente destinado ao segmento trail e cuja mensagem é muito clara: é um pneu para sair de estrada e para percorrer percursos de terra. O RoadSmart pode ser visto, neste segmento, com um pneu exclusivamente para asfalto.

M – Como está a Dunlop em termos de cota de mercado nos diversos segmentos?

SA – É informação interna que não partilhamos! Nalguns países já somos líderes com o RoadSmart I, mas não posso dizer quais...

M – Em que outras áreas estão actualmente a trabalhar?

SA – Sistematicamente trazemos novos produtos para o mercado em cada ano que passa, mas também temos ciclos de vida para cada produto. O RoadSmart tem um dos ciclos mais longos, com um período de cinco anos. Os pneus “hypersport” têm um ciclo mais curto, de três anos, e depois todos aqueles pneus onde estamos a trabalhar como os de telas diagonais e para o segmento “scooter”, onde teremos novidades no próximo ano.

M – Como director comercial como vê o desenvolvimento do mercado e em que segmento focarão mais a vossa atenção?

SA – Claramente nos segmentos “sport touring” e “scooter”, sendo este último um dos pretendemos trabalhar ainda mais. Depois há o segmento destinado aos condutores que utilizam as suas motos em pista, como a competição amadora, os “track days”, onde estamos a procurar uma solução que nos dê uma competitivade ainda mais reforçada. O GP Racer D211 é um produto muito, muito bom, mas é tempo de revolucionar o segmento.

M – No campo desportivo a categoria de Moto2 é o vosso porta-estandarte. O que se pode esperar da Dunlop para competição.

SA – Na Moto2 e, futuramente, na Moto3 continuaremos a ser os fornecedores exclusivos. Também estamos a colocar muita atenção na Resistência, onde são autorizados os pneus de 16,25” que desenvolvemos de um modo muito competitivo, corrida após corrida, e onde temos conquistado vitória atrás de vitória. Se para algumas marcas a competição é apenas uma plataforma de “marketing”, para nós representa acima de tudo o sinónimo de desenvolvimento.

M – Para terminar, como vê o desenvolvimento do mercado nos países emergentes, como a China e o Brasil, por exemplo?

SA – São mercados que terão um desenvolvimento lento, pois predominam as motos de pequena cilindrada e reduzidas prestações, e não estamos interessados em competir nestes segmentos.